As instituições que representam historiadores e arquivistas no Estado do Rio de Janeiro vêm a público manifestar a extrema preocupação com os últimos acontecimentos ocorridos no Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ).

No dia 03 de dezembro foi publicado no Diário Oficial do Estado do RJ a exoneração do diretor e a nomeação de um novo. Este será o advogado Victor Travancas, que, segundo uma matéria (https://temporealrj.com/travancas-e-exonerado-mas-ganha-novo-cargo-garante-porem-que-nao-vai-tomar-posse/), imediatamente declarou: “não vou para a direção do Arquivo Público, do qual eu não entendo nada. Sou do compliance, não tenho nada a ver com arquivo”. Compreendeu-se, assim, que não pretendia tomar posse.

As movimentações no APERJ nos dias seguintes demonstram o oposto. Isto porque, 10 pessoas foram nomeadas para a nova gestão. Travancas ainda não tomou posse no cargo.

Infelizmente, parece que retornamos (ou saímos em breves momentos) a períodos em que os arquivos públicos eram lugares de troca política. Em inúmeros arquivos públicos temos na Direção pessoas que, por mais que possuam uma formação universitária, não tem os requisitos mínimos para cumprir com a missão institucional do órgão, que é claramente estabelecida e não pode estar ao bel-prazer de interesses pessoais e políticos.

Já passou da hora dos arquivos públicos no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil terem a escolha de seus diretores em função de um currículo sintonizado com as demandas atuais de tais instituições. Seria, portanto, mais que oportuno que o APERJ fosse comandado por um profissional com formação técnica e em gestão pública, e não fizesse parte de uma troca política.

Torcemos para que o novo diretor cumpra com a declaração de que não assumiria porque não conhece os meandros necessários. Da mesma forma, que uma escolha por edital aconteça nas instituições arquivística, seguindo o modelo que os museus federais já realizam.

Que 2025 possa inaugurar uma outra maneira de se exercer a política arquivística no Estado, mais profissional e menos casuística.

By AAERJ

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